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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Antropocentrismo




É toda a doutrina que considera o Homem o centro do cosmos. Todas as religiões se podem considerar simultaneamente teocêntricas e antropocêntricas, na medida em que, muito embora o centro absoluto da criação seja Deus, o Homem é aquele que, entre todas as criaturas, deve cumprir os preceitos divinos e, desse modo, salvar-se a si próprio.
Nas religiões do livro, quer dizer, nas religiões que têm por base o Antigo Testamento (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo), o antropocentrismo é evidente, pois aí a criação, segundo diz o Genesis, existe para o Homem. Não deixa de ser curioso notar que foi uma interpretação materialista dessa expressão espiritual que levou à errada compreensão de que caberia ao homem a exploração material da natureza - que é a base da conceção ocidental desde, pelo menos, a modernidade.
O antropocentrismo encontra-se mesmo nas doutrinas orientais, como o Budismo ou o Hinduísmo, que muito embora façam do Homem apenas um ser entre todos os outros, tão imortal como eles, porque em todos os seres existe o princípio divino e imortal que vai reencarnando para um aperfeiçoamento gradual, reconhece que esse aperfeiçoamento culmina no homem, pois é o único ser que pode libertar-se da cadeia da reencarnação. Por esta razão se considera aí o Homem superior mesmo às divindades ou anjos, que só se podem libertar da corrente do tempo se encarnarem na forma de homem.
Num certo sentido, em filosofia encontramos como exemplo de antropocentrismo o sistema edificado por Kant, na medida em que aí é o homem que ordena e dá sentido à caótica natureza, pois é ele que, tendo em si o espaço, o tempo e as categorias, confere ordem ao mundo exterior. Deste modo, podemos verificar aqui uma forma especial de antropocentrismo, porque o Homem é o centro regulador do cosmos, que em si mesmo parece caótico.

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